quinta-feira, 3 de setembro de 2009

caminho IV...


já em lisboa, uma nova etapa do caminho ficou marcada por uma proximidade muito grande com aqueles que havia conhecido em diversas ocasiões anteriores... nessa altura haviam cinco pessoas com quem partilhava todos os segundos em que não estava a dormir, eram a fokinha, o pandinha e o koalinha (namorados), o ram e claro mais que todos eles o Tinkie... se no início minha vida académica me despertou interesse e expectativa logo esse encanto se perdeu... entrei na segunda fase e facilidade de adaptação a novos meios não é o meu forte... consegui alguns colegas naquele ano, dois para ser sincero, mas confesso que hoje passados três anos e uma mudança de faculdade e de curso pelo meio, não tenho ainda em minha faculdade dois colegas com quem possa partilhar o que durante dias, poucos devido ao facto de ir raramente à faculdade, partilhei com aqueles dois... uns dias porque não conseguia acordar e não ia, outros simplesmente porque não tinha vontade de ir, meus dias passaram a ser minhas noites e minhas noites meus dias e assim dei o contributo que faltava para o que se viria a passar nos anos seguintes... acordar às seis da tarde para ir buscar a fokinha ao trabalho, tomarmos café durante horas e falarmos tantas e tantas vezes sobre o inexistente; aparecia o pandinha e o koalinha sempre que possível e o rumo a partir desse café era o que o dia propusesse sem planos nem orientações, simplesmente sem rumo... se inicialmente achei piada, cedo voltei a perceber que aquilo não ia dar bom resultado... sempre havia sonhado com uma fase da minha vida em que não houvessem planos nem compromissos que não os do momento, porém não havia equilíbrio, nem sentir para puder disfrutar do esse sonho tinha para me dar... liguei um dia a meus país e disse que não ia fazer exame algum, que ia trabalhar durante aqueles meses e em setembro retomaria estudos desta feita já na faculdade que pretendia... minha mãe proibiu de imediato e meu pai retorquiu que ninguém me tinha pedido nada, nem resultados nem qualquer outra coisa... aconselhou que fizesse meus exames, que se não demorasse cinco demoraria dez anos a concluir o curso mas minha ocupação seria aquela e não outra... no final do primeiro semestre fiz uma ou duas cadeiras, no segundo fiz apenas uma... não sei se teria voltado a estudar ao fim de estar a trabalhar, como meus pais receavam, sei sim que talvez tivesse sido uma ajuda para não atingir os estados que atingi... sem nenhum objectivo profissional para aquele ano, minha vida passou a ser dirigida por emoções e tantas vezes falta delas... reinavam os medos, o pavor de estar sozinho, a carência e ao mesmo tempo a satisfação, um estar de estar, um viver de viver... e aqueles meses tornaram-me dependente dos outros para tudo porque eu não tinha nada por que lutar, se não por a única coisa que me fazia sentir eu...lutar por o ser que me havia cativado... o que é que mudei realmente na minha vida para que isso acontecesse?... nada...

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