segunda-feira, 31 de agosto de 2009

o caminho I...


tempos difíceis porque o sentimento era forte, a partilha era muito grande, a saudade corroía... mas eu era sincero, não podia fazer-lhe mal ou mentir-lhe não a ele... e assim, durante semanas e semanas a fio voltei ao meu espaço... dava-me força apenas o facto de naquele momento ter um grupo de amigos que via como sólido, e que me dava força para viver cada dia... escrevi e racionalizei durante aquelas semanas tudo o que havia sentido aquando do primeiro sonho, do primeiro projecto que imaginei ao lado de alguém... foi um processo que demorou meses a fio e foi possível racionalizar muita coisa, mas que não atingiu o objectivo pretendido porque ao racionalizar apenas o primeiro ser e o sentimento por ele, relativizou tudo aquilo que foi um passado de muita mágoa, de muito sofrimento, ao mesmo tempo que deixou para trás aquele que foi o meu primeiro amor, e único até hoje... não sei explicar como passei esses meses... foram estranhos e não tenho um motivo que consiga isolar para o terem sido, somente o facto de ter enfrentado nessa altura a minha mãe dizendo-lhe directamente aquela qual era a minha orientação sexual... a partir de que o fiz durante meses iniciaram-se tempos de muita agitação entre mim, minha mãe, meu pai... tomei essa decisão porque minha mãe me pressionou com busca a alcançar justificações sobre determinadas atitudes, às quais só o facto de ter uma orientação sexual diferente respondia... foi o seguimento da caminhada de desequilíbrio que se havia iniciado muitos anos antes, que se agravou com o facto de amar alguém e não conseguir sentir-me capaz de ser totalmente verdadeiro com esse alguém e que ganhou novo fôlego com esta confissão...

recomeço II...


uma história marcada por paixão, por amor, por dedicação, por uma partilha intensa e imensa de sentimentos... pelas saudades que a distância colocava...sentia-me simplesmente apaixonado, e queria que ele conhecesse meus pais, minha família, minha casa, meu meio, meus amigos... com muitas mentiras pelo meio, para justificar sua vinda e sua existência fui a lisboa onde vivemos de novo tempos felizes prósperos e ao fim de uns dias levei-o comigo para juntos dos meus... sim o meu namorado esteve em casa dos meus pais como um amigo... nunca me havia sentido tão feliz tão completo, foi o realizar de um sonho com anos... para colmatar a distância um amigo que havia conhecido não há muito fez-me saber que tinha uma casa há disposição, para aparecer e levar aquele que era o meu namorado sempre que assim o entendesse... e durante esse verão ora em Lisboa ora em castelo branco conseguimos estar mais vezes juntos do que pudera-mos imaginar quando fizemos os primeiros projectos a dois... foram meses de sonho, de entrega... está agora a acabar a universidade de verão do psd que nesse ano fui, não só por o projecto me interessar mas para estar com ele... e a seguir ao encerramento da universidade lá estava ele em castelo de vide junto com o amigo que nos ofereceu tantas oportunidades de estar juntos... porém, durante os dias que se seguiram em que estivemos os dois notei que havia algo de estranho em mim, havia voltado a recordar o ser anterior e o deslumbramento causado pelo primeiro projecto, pelo primeiro sonho a dois... durante dias aquilo corroeu-me... e não podia deixar de partilhar isso com a pessoa por quem estava apaixonado naquele momento... chorei... choramos... partilhei meus medos, abri as portas e deixei que ele entrasse no mais fundo de mim... recordo ainda os abraços, o carinho, a compreensão que naquele momento ele teve, subjugando seus medos a meu bem-estar... pediu-me que fosse feliz que fizesse o que quisesse que do outro lado ele ia estar sempre a apoiar-me porque me amava... fui deixar ele ao comboio que o havia de levar rumo a Lisboa à cidade que nos havia recebido... não queria magoá-lo mas sentia que primeiro precisar conseguir isolar tudo o que vinha de trás... e chorando, passavam dezassete dias do mês de outubro quando lhe pedi para acabarmos... por telefone... foi tanta a dor que senti e que lhe infligi que momentos a seguir pedi para que esquecesse aquele momento até voltarmos a estar juntos... e assim foi... começara então uma etapa que nunca se concluiu, que hoje sei ser uma das origens do desequilíbrio que ao longo dos quarenta e cinco meses que entretanto passaram só consegui aprofundar mais e mais e mais...

domingo, 30 de agosto de 2009

recomeço I...


estava a decorrer o mês de abril quando um ser apareceu na minha vida... alguém que chegou e ficou... que não prometeu nada nem pediu nada... alguém que aos poucos me fez sonhar e juntou os pedaços perdidos do meu coração... estava na serra quando começamos a conversar e durante um mês e meio durante horas e horas falamos sobre tudo aquilo que nos caracterizava, demos a conhecer o dia a dia um do outro numa partilha incessante e única... com muita expectativa e cheio de nervos e ansiedade apanhei comboio e parti rumo a lisboa numa sexta-feira... quando o comboio parou no oriente, ao fim de três horas que haviam parecido dias, lá estava ele, exactamente como havia imaginado, com uma voz ainda mais meiga do que aquela que o telefone deixara escutar... levou-me a casa dos meus tios, onde com doçura e com saudade imensa marcamos o encontro seguinte... tínhamos previamente combinado passar juntos a noite de domingo para segunda... e assim foi, tudo como combinado mas ainda mais perfeito do que o esperado... entramos naquele que ficará para sempre o nosso hotel e o nosso quarto... 605 era o seu número e foi exactamente seis meses depois do início do ano que era dois mil e seis, e cinco depois depois do sexto mês do ano que no final de um longo beijo eu disse: agora tens de me pedir em namoro, e ele perguntou: "queres namorar comigo"?, respondi que sim, obviamente que sim! e ele pediu: "então agora pergunta tu", sorrimos e perguntei: queres namorar comigo? e ele respondeu: "não quero mais nada"... foi a nossa primeira noite de amor... uma noite tímida de duas pessoas que tinham medo de tudo o que pudesse acabar com aquela magia... antes de cedermos ao sono e ao cansaço fomos ao bar do hotel e lembro-me do clima que criamos... agarrados... abraçados e principalmente quando deitei a minha cabeça nas suas pernas... caras cheias de admiração, pessoas constrangidas que as nós apenas nos faziam rir... adormecemos depois de muitos muitos beijos que souberam a tão pouco, disse-mos coisas bonitas e adormecemos agarrados... acordamos para tomar pequeno almoço que não aguentávamos mais a fome porque para estarmos sempre juntos não comemos no dia anterior e voltamos para a cama... estávamos deitados quando ligou minha mãe zangada por ter perdido meu comboio da manhã... levantámos só depois e já com nostalgia e melancolia por estar a chegar de novo a distância... partimos e fomos para o oriente onde me lembro de na mesma posição do bar no dia anterior e no banco que se pode ver em cima, pus a minha cabeça e chorei sem conseguir parar... ele não chorou e eu tinha medo, tinha dado de novo tudo e aquela atitude dele não chorar fez-me pensar que ele não havia sentido as mesmas coisas que eu senti naquele fim de semana... entrei no comboio, chorava e chorei a viagem inteira junto à última carruagem do comboio da qual se via a linha que estava a separar-me daquele ser...

sábado, 29 de agosto de 2009

descoberta...consciência...sonho...II...


passadas mais umas férias, que optava sempre por passar em Lisboa com tios e primos por gostar do ambiente, por mudar de ares e acima de tudo para evitar conflitos de maior com a minha mãe, voltei à escola... tinha aquele tempo cerca de duzentos meses, o equivalente a dezasseis anos e uns meses quando conheci um ser... alguém que tinha demasiadas coisas em comum comigo... alguém que não esperava conhecer naquele momento e a quem por ingenuidade dei tudo o que tinha sem limites, simplesmente acreditava que do outro lado estava alguém que sentia tudo da mesma forma... tivemos juntos duas únicas vezes e uma terceira exactamente dois anos depois da segunda... durou dois meses... em que o sonho atingiu o auge, a dádiva não conheceu seus limites e sentia-me estupidamente feliz sem perceber os sinais que iam chegando do outro lado... até que um dia, chegou mesmo ao fim... cada um foi para seu lado... foi a primeira vez que havia dado daquela forma, e sentia demasiada raiva, assente numa revolta terrível, e em porquês... queria vingar-me daquele ser, não por as coisas não terem dado certo mas pela falta de sinceridade e lealdade que percebi quando as coisas terminaram, por nem uma palavra de preocupação por nenhum segundo de apoio... era uma relação à distância... mas distancia alguma justifica aquela(s) atitude(s)... não fiz nada... não me vinguei e percebi duas coisas naquele momento: a vingança destrói-nos e corrói tudo dentro de nós, além de que a raiva que a motivava mais tarde revelou ser demasiado fraca quando comparada com as saudades que sentia; e a segunda lição que todo aquele sofrimento me deu a conhecer, é que mais tarde ou mais cedo a vida nos ensina o que precisamos de aprender, nem sempre da forma mais justa, mas ensina... tudo... o fim havia chegado em janeiro, e foi aí que me voltei a fechar dentro de mim... não conseguia dar nada a ninguém... só mágoa, só dor... voltei a fechar-me no meu espaço, somente com aquilo que sentia procurando resposta para os porquês do que havia acontecido... foram quatro meses em profunda angústia que no fim me conduziram à única pessoa que amei, que amo, que sei que amarei sempre...

descoberta...consciência...sonho...I...

depois de umas férias que haviam sido bastante mais tranquilas que todas as outras, pelo motivo que referi no último texto estava preparado e cheio de expectativas para o ano que se aproximava... com razão as coisas melhoraram... senti pela primeira vez que tinha amigos que era possível inverter o caminho que anos antes tinha iniciado e percorrido... conheci muita gente, fiz amigos... tinha vontade de ir à escola e sentia que do outro lado alguém sentia a minha falta... as coisas na escola corriam bem... gostava das disciplinas... estudava... mas acima de tudo voltei a sonhar... era um menino com sonhos, com muitos planos, sonhava ser diferente e contagiar e entusiasmar os outros com essa diferença... sempre me conheci assim... sempre me lembro de ter o meu canto e de me fechar lá sozinho horas e horas com um livro, um texto, um pensamento, ou simplesmente um exercício para fazer... e gostava desse canto e precisava dele, e não me importava por os que me rodeavam saírem à sexta e ao sábado à noite, e eu ficar no meu canto... gostava dele, embora aos poucos começasse a sentir falta do convívio que ele não me proporcionava... a verdade é que me sentia bem daquela forma e apreciava o silêncio... o ano acabou... tive saudades durante as férias da escola, das pessoas, de tudo o que tinha conquistado ainda tão recentemente... estava a conseguir dar de novo um pouco de mim aqueles de quem gostava... no final das férias começou mais um ano, um ano particular, um ano que reservava tantas surpresas... e tanto sofrimento também...

tentativa de reconstrução...

passados três anos, voltei para casa... não foi um regresso fácil, e senti muitas vezes que tinha desapontado as expectativas, no entanto em momento algum senti que tinha tomado a decisão errada ainda que o facto de sentir isso ao fim de sofrer tudo o que sofri me tenha feito mal... quando voltei a casa, estava a acabar o oitavo ano e no final de umas férias de verão que foram deliciosas pela simples ideia de não haver mais o sufoco de voltar para aquele sítio, por não adormecer mais a pensar no medo que ia sentir quando voltasse a cair a noite e eu ficasse a chorar para a minha almofada enquanto esperava que o dia nascesse de novo e com ele levasse parte do peso daquele desespero... começou o ano lectivo, ia de mota apanhar o autocarro, mas tudo aquilo me fazia sentir tão bem... esse ano decidi que devia ser rebelde, talvez simplesmente porque chamava a atenção e isso fazia-me sentir bem... desde grandes discussões com professores, até ao confronto directo com a minha mãe, tudo fiz mais não fosse para chatear e incomodar, para me fazer notar... senti que embora ainda não fosse um miúdo comum, começava a haver quem sentisse a minha falta, e isso fez-me bem, fez jorrar a primeira gota de amor próprio de que tenho memória... foi um ano inesquecível, cheio de paixões de loucuras... e acabou de uma forma tão especial... nos últimos dias do ano conheci uma menina que se veio a revelar um ser único, uma confidente, uma amiga, um sonho, uma menina e ao mesmo tempo uma paixão... passou tão rápido aquele ano... quase chumbei, e se não estou em erro acabei com negativa a matemática, a francês e devido ao percurso escolar sempre estável à excepção daqueles meses, o professor de inglês e educação visual decidiram premiar-me com positiva... apesar de nunca ter tido notas tão reles, não consegui arrepender-me de nada do que fiz esse ano... fez-me bem...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

marcas III...

mas as marcas deixadas vão para além dos medos conquistados, absorvidos e que tomam conta de mim em tantos momentos... vão muito para além dos ataques de pânico que me fazem sentir indefeso e pequenino no meio de um mundo cada vez mais egoísta e orientado para as satisfações pessoais dos demais... durante aquele tempo comecei a testar todos há minha volta, desde familiares a "amigos" ou meros conhecidos... procurando em cada um algo que me desiludisse, algo que me fechasse dentro de mim mesmo, que me protegesse dentro das minhas defesas para que não me pudessem magoar... que mal tem isso? - podes perguntar - a resposta é que pura e simplesmente não consigo dar sem tirar a seguir... dou tudo o que de melhor tenho e tudo o que faça feliz o amigo que tá do outro lado, o familiar próximo ou o ser que amo, e logo a seguir com uma atitude simples e tantas e tantas vezes mesquinha e sem fundamento de de quem está do outro lado, estou lá... não para exigir em troca o que dei, mas simplesmente para não dar mais... é difícil descrever, mas é o que acontece... pior... quanto mais importância e significado a pessoa tem na minha vida, maior e mais radical é o corte e só com muito empenho e sem a mínima falha da pessoa, durante dias e dias a fio, consigo dar de novo uma parte do que tirei, e dificilmente consigo dar tudo o que dei antes de haver uma falha do outro lado... mais que tudo esta é a marca mais terrível que ficou... podia estar feliz e não tou por ela, não enquanto não a deixar para trás...

marcas II...

durante todo aquele tempo, foram nulos os momentos em que consegui sentir-me, em que visse algo que gostasse em mim... quando nem nós temos o mínimo de amor próprio quem o vai conseguir ter por nós? quem consegue ser amigo de alguém que não é amigo de si mesmo? posso dizer que não tinha um único amigo nessa altura... nem eu próprio o conseguia ser... tinha colegas, pessoas com quem simpatizava... lembro-me de ir à escola e quando alguém faltava havia preocupação, mandavam-se mensagens para saber se tinha acontecido alguma coisa... eu podia faltar semanas que isso nunca acontecia... dói é terrível... e ao mesmo tempo, quando estamos mal só atraímos coisas más à nossa volta... era um miúdo frio, não dava com medo que me tirassem o pouco que ainda me restava... era o menino da mamã porque a minha mãe me visitava muitas vezes durante a semana e por vezes tinha autorização especial para sair quando não era o fim de semana de direito... cultivei a imagem de arrogante, de inatingível de certinho e do betinho que tirava boas notas... ninguém se dava conta das fragilidades porque a frieza era tanta, que só a noite as punha a descoberto... o mar tem uma força incrível e pode destruir tudo, porém o mar não tem poder de chegar a todo o sítio, a noite tem... lembro-me que desde aquela noite da segunda semana, passei simplesmente a temer tudo, tinha medo de voltar a sentir-me como naquela noite, mas acima de tudo medo de sentir o medo que senti naquela noite... estar sozinho acompanhado é algo que hoje sinto como pior do que estar sozinho na verdadeira ascensão da palavra... doeu... mudou a minha vida... o meu ser...

marcas I...

tinha precisamente 140meses, 11 anos e meio, quando a convite de um padre amigo e de algumas promessas de que iria ser bom, que ia correr bem e que se não corresse bem estava sempre a tempo de voltar atrás, decidi ingressar num seminário. ficava a vinte quilómetros de casa... sinto hoje que o que mais motivou a minha decisão de ir se ficou a dever à cada vez pior e mais incompreendida relação de amor-ódio que tinha com a minha mãe. funcionava assim: um fim de semana em casa com a família e outro passado no seminário em que ao domingo à tarde podia tar com os meus pais; ia à escola pública e convivia com todos aqueles que todos os dias iam para o calor do lar, de suas famílias; quartos de seis pessoas, três de cada lado frente a frente. gostei da experiência nas primeiras duas semanas... até que no final das duas semanas as luzes se apagaram, todos adormeceram e eu permaneci acordado a chorar, a tremer, a perguntar-me o que me iria acontecer, com saudades de todo o calor que apesar raramente encontrar naquela que era a minha casa, ainda ia encontrando na rua algumas vezes... noites como a que descrevi, repetiram-se semanas e semanas, meses e meses, durante três anos... aprendi a odiar-me... passei a ter uma mente quase adulta, mas continuei num corpo de criança, o que levantou ainda mais complicações de todas as partes... todos dormiam e eu ouvia o sono diferente de cada um, enquanto chorava na minha cama e às vezes, tantas e tantas, sentado numa sanita a ler porque era o único sitio que tinha luz durante a noite. todos sabiam como me sentia, mas tudo permaneceu assim até ser eu a enfrentar tudo e dizer a quem de direito que não queria, não aguentava mais... só assim, e só desta forma, ao fim de uma longa conversa entre as partes, responsáveis pelo seminário a quem disse que estava no limite e meus pais, foi possível pôr fim ao pesadelo. durante três anos procurei, desdenhei, ataquei com simples objectivo de perceber o porquê daquela atitude, o porquê de ter que estar a sofrer tudo aquilo... disse a minha mãe que jamais lhe perdoaria aquela dor, aquele sofrimento... nada ficou igual, tudo foi abalado...

mudança...

foi na partida de um ser único e belo que tudo mudou... levantaram-se muitas questões... nasceu a revolta e começaram os porquês? porque tinhas de partir? porque não me deixaram ir dar-te a mão quando eu quis ir? porque não estava lá para te ajudar, quem sabe para te salvar? partiste fisicamente, mas hoje uma vida inteira depois continuas tão presente... tão viva! todo o tempo que passava contigo foi então dividido por casas, por pessoas, por sítios onde tu nunca me deixarias estar... foi para o meu bem? foi por acomodação? tantas vezes pelos dois motivos. fizeste falta do meu lado... depois veio outra pessoa ocupar o lugar que permanecerá sempre como teu por direito, por carinho, por amor... na minha vida ficou o vazio das saudades, ficou um estar de viver cada dia sem te poder ver, sem poder sentir o teu imenso carinho... veio um ATL horrível e uma desorganização total... como disse em cima, fui criado um pouco por cada pessoa que estava perto naquele momento... ninguém mudou de vida, talvez só de sentir... acabou a escola primária, acabou a peddy paper por casas e pessoas... começou uma etapa diferente, dolorosa e que deixou feridas ainda hoje por sarar...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

no principio...

familia perfeita, unida cheia de alegrias e as tristezas que iam aparecendo facilmente eram vencidas em conjunto. Um patriarca bem forte que apesar de nem sempre tomar as melhores decisões tinha por detrás uma matriarca que conseguia facilmente reunir consenso à sua volta.
Com ela tudo era perfeito, havia compreensão, havia coração, havia luta e acima de tudo união.
Nasci fruto de um casamento tantas vezes perfeito como outras tantas falhado. Uma mãe que sei que me ama, mas que ao longo da vida perdeu sensibilidade na lida com os que lhe são mais queridos. Cresci fruto de uma relação conflituosa com ela, em que nunca reinou o diálogo, a partilha e a companhia.
Só que um dia inesperadamente, partiu a matriarca(minha avó materna e demais vezes minha mãe) de uma família que começava já a dar os primeiros sinais de colapso... e tudo mudou... a familia, e eu...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

plano...

vou começar por escrever sobre a minha infância, sobre os pequenos e grandes acontecimentos que tenham
marcado e ajudado a construir aquilo que sou hoje.

Objectivos primeiros: partilhar e também analizar e descobrir saidas e equilibrio...

Espero durante o dia de hoje e de amanhã fazer a retrospectiva da minha infância e depois passar a outros acontecimentos já da vida de adolescente e da vida adulta...