domingo, 30 de agosto de 2009

recomeço I...


estava a decorrer o mês de abril quando um ser apareceu na minha vida... alguém que chegou e ficou... que não prometeu nada nem pediu nada... alguém que aos poucos me fez sonhar e juntou os pedaços perdidos do meu coração... estava na serra quando começamos a conversar e durante um mês e meio durante horas e horas falamos sobre tudo aquilo que nos caracterizava, demos a conhecer o dia a dia um do outro numa partilha incessante e única... com muita expectativa e cheio de nervos e ansiedade apanhei comboio e parti rumo a lisboa numa sexta-feira... quando o comboio parou no oriente, ao fim de três horas que haviam parecido dias, lá estava ele, exactamente como havia imaginado, com uma voz ainda mais meiga do que aquela que o telefone deixara escutar... levou-me a casa dos meus tios, onde com doçura e com saudade imensa marcamos o encontro seguinte... tínhamos previamente combinado passar juntos a noite de domingo para segunda... e assim foi, tudo como combinado mas ainda mais perfeito do que o esperado... entramos naquele que ficará para sempre o nosso hotel e o nosso quarto... 605 era o seu número e foi exactamente seis meses depois do início do ano que era dois mil e seis, e cinco depois depois do sexto mês do ano que no final de um longo beijo eu disse: agora tens de me pedir em namoro, e ele perguntou: "queres namorar comigo"?, respondi que sim, obviamente que sim! e ele pediu: "então agora pergunta tu", sorrimos e perguntei: queres namorar comigo? e ele respondeu: "não quero mais nada"... foi a nossa primeira noite de amor... uma noite tímida de duas pessoas que tinham medo de tudo o que pudesse acabar com aquela magia... antes de cedermos ao sono e ao cansaço fomos ao bar do hotel e lembro-me do clima que criamos... agarrados... abraçados e principalmente quando deitei a minha cabeça nas suas pernas... caras cheias de admiração, pessoas constrangidas que as nós apenas nos faziam rir... adormecemos depois de muitos muitos beijos que souberam a tão pouco, disse-mos coisas bonitas e adormecemos agarrados... acordamos para tomar pequeno almoço que não aguentávamos mais a fome porque para estarmos sempre juntos não comemos no dia anterior e voltamos para a cama... estávamos deitados quando ligou minha mãe zangada por ter perdido meu comboio da manhã... levantámos só depois e já com nostalgia e melancolia por estar a chegar de novo a distância... partimos e fomos para o oriente onde me lembro de na mesma posição do bar no dia anterior e no banco que se pode ver em cima, pus a minha cabeça e chorei sem conseguir parar... ele não chorou e eu tinha medo, tinha dado de novo tudo e aquela atitude dele não chorar fez-me pensar que ele não havia sentido as mesmas coisas que eu senti naquele fim de semana... entrei no comboio, chorava e chorei a viagem inteira junto à última carruagem do comboio da qual se via a linha que estava a separar-me daquele ser...

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