sábado, 29 de agosto de 2009

descoberta...consciência...sonho...II...


passadas mais umas férias, que optava sempre por passar em Lisboa com tios e primos por gostar do ambiente, por mudar de ares e acima de tudo para evitar conflitos de maior com a minha mãe, voltei à escola... tinha aquele tempo cerca de duzentos meses, o equivalente a dezasseis anos e uns meses quando conheci um ser... alguém que tinha demasiadas coisas em comum comigo... alguém que não esperava conhecer naquele momento e a quem por ingenuidade dei tudo o que tinha sem limites, simplesmente acreditava que do outro lado estava alguém que sentia tudo da mesma forma... tivemos juntos duas únicas vezes e uma terceira exactamente dois anos depois da segunda... durou dois meses... em que o sonho atingiu o auge, a dádiva não conheceu seus limites e sentia-me estupidamente feliz sem perceber os sinais que iam chegando do outro lado... até que um dia, chegou mesmo ao fim... cada um foi para seu lado... foi a primeira vez que havia dado daquela forma, e sentia demasiada raiva, assente numa revolta terrível, e em porquês... queria vingar-me daquele ser, não por as coisas não terem dado certo mas pela falta de sinceridade e lealdade que percebi quando as coisas terminaram, por nem uma palavra de preocupação por nenhum segundo de apoio... era uma relação à distância... mas distancia alguma justifica aquela(s) atitude(s)... não fiz nada... não me vinguei e percebi duas coisas naquele momento: a vingança destrói-nos e corrói tudo dentro de nós, além de que a raiva que a motivava mais tarde revelou ser demasiado fraca quando comparada com as saudades que sentia; e a segunda lição que todo aquele sofrimento me deu a conhecer, é que mais tarde ou mais cedo a vida nos ensina o que precisamos de aprender, nem sempre da forma mais justa, mas ensina... tudo... o fim havia chegado em janeiro, e foi aí que me voltei a fechar dentro de mim... não conseguia dar nada a ninguém... só mágoa, só dor... voltei a fechar-me no meu espaço, somente com aquilo que sentia procurando resposta para os porquês do que havia acontecido... foram quatro meses em profunda angústia que no fim me conduziram à única pessoa que amei, que amo, que sei que amarei sempre...

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